As regras antigas não se aplicam à Geração Z. Nessa nova geração de consumidores, o importante é a inclusão, diversidade e fluidez. Trazendo à frente uma nova cultura de aceitação de corpos e identidades, a Geração Z está mudando a forma como pensamos em beleza, expandindo os horizontes e deixando os velhos hábitos morrerem.


A internet já foi (e ainda é) palco de correção dos mínimos detalhes, porém com os Gen Z, a tendência é deixar o real falar por si só. De acordo com a YPulse, 3 a cada 5 mulheres dizem que a pandemia as deixou mais confortáveis em ficar sem maquiagem ou looks mais naturais. Em junho de 2019, 60% das mulheres jovens usavam maquiagem semanalmente. Um ano depois, esse número caiu para 32%. 


Porém, isso não significa que não há mais o cuidado com a beleza, inclusive, a preocupação com a pele e com os cabelos aumentou significativamente no último ano. A Associação Brasileira da Indústria e da Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos apontou que houve um aumento de 92,8% no volume de vendas de máscaras faciais nos primeiros cinco meses do ano passado, comparado ao mesmo período em 2019. O uso da máscara facial representa o interesse em diminuir a rotina longa de skincare para apenas um produto, com preço mais acessível.


Produtos para cabelos também estão recebendo muita atenção do público, com a previsão de que o mercado global de hair care chegue a $111bi até 2024, de acordo com a Mordor Intelligence. A Geração Z está desenvolvendo um novo tipo de relação com os próprios cabelos, celebrando suas origens e rejeitando padrões de beleza anteriormente instituídos.


A beleza negra é historicamente deixada de lado pelas marcas, principalmente no quesito cabelo. Porém, com a onda de aceitação própria, influenciadores negros estão compartilhando a jornada de aceitar seus cabelos como são e influenciando seu público a fazer o mesmo. De acordo com a Google BrandLab, quase 60% das mulheres brasileiras de cabelos encaracolados usam o YouTube para aprender mais sobre seus cabelos.


Por muito tempo, pessoas negras não foram bem representadas em marcas de maquiagem, com cores que não abraçam os diferentes tons de pele preta. Segundo pesquisa da Avon, em parceria com a Grimpa, 70% das mulheres negras no Brasil se sentem insatisfeitas com o mercado de beleza ao se tratar de maquiagem.


Segundo Carolina Soares, líder de insights para beleza e cuidados pessoais do Google Brasil, as categorias de maquiagem e cuidados com a pele estão ganhando relevância nas buscas da plataforma, anteriormente o mais relevante eram pesquisas sobre produtos para cabelos.


Um público que está ganhando mais espaço no segmento de beleza é o masculino, com maior variedade de produtos e representatividade na comunicação. Há uma crescente influência nas redes sociais, com desafios de maquiagem no TikTok e hashtags como #boymakeup e #malemakeup com milhares de postagens. Segundo relatório da Research & Markets, o mercado de beleza masculina é projetado para $78,8 milhões para 2023. 


“O que vem acontecendo é a reconstrução do masculino, e um dos movimentos mais marcantes nessa cena é o dos jovens, que celebram o diferente, a individualidade” - Marco Bodini, especialista em tendências e consultor da Stylus Brasil


Em conclusão, o mercado de beleza está se modificando para atender as necessidades da nova geração de consumidores, com foco em diversificar o portfólio de produtos e com maior representatividade na comunicação, mudando nossa percepção do que é beleza.



Postado em 20/05/2021, por Pedro Copolillo