Os novos modelos de consumo e comportamento foram drasticamente alterados com o início de um cenário pandêmico desde o ano passado, e trouxeram para a nossa rotina alguns novos hábitos, que com o costume de uma nova realidade, moldaram-se à perspectiva que adquirimos e não são mais tão novos assim.

 

Nos acostumamos em consumir aquilo que nos dá prazer imediato, o que não supre muitas das nossas necessidades rotineiras e isso exemplifica como o que vivenciamos no dia a dia tem influência direta na maneira que consumimos produtos e informações.

 

Com base em um estudo feito pela WGSN sobre o Comportamento do Consumidor do Futuro, conseguimos traçar perfis que retratam o exato momento: estamos inseguros, com uma percepção de tempo alterada, trocamos o FOMO (do inglês, fear of missing out, que designa o medo de perder algo ou algum momento por excesso de experiências acontecendo ao mesmo tempo) pelo FOFO, fear of finding out, que retrata o medo de acompanhar o que está acontecendo no cenário mundial para proteger-se de más notícias, transformando a alienação em um escape da realidade.

 

Nos tornamos mais apáticos pois estamos fadigados até mesmo de exercitar a compaixão, então é natural que deixemos de seguir ou acompanhar aquilo que nos machuca de alguma forma. Mesmo sem perceber, buscamos com frequência nos momentos antigos algum conforto que nos traga esperança, e dentro desse comportamento identificamos uma grande tendência que é a nostalgia.

 

Através de uma atmosfera melancólica e ao mesmo tempo acolhedora, a busca por conforto e bons sentimentos no passado nos remete àquilo que passou e se tornou uma memória afetiva. E isto pode ser usado positivamente dentro do poder de marca e influência, mediante sua identidade visual e posicionamento, por exemplo. Trazer acolhimento para quem consome determinado conteúdo faz com que as marcas entreguem exatamente o que o consumidor deseja ter: a sensação de que está tudo bem, e que as coisas voltarão a ser como antes.

 

Dentro desse formato, conseguimos identificar os futuros consumidores com comportamentos que os separam em dois nichos: os Antecipadores e os Novos Românticos.

 

Os Antecipadores são aqueles que possuem incertezas econômicas, pensam muito na necessidade de aquisição e necessitam de uma entrega maior de certezas, seguranças e até mesmo direcionamentos. Nesse perfil, identificamos sentimentos aflorados, pois estão sempre pensando na possibilidade de erros e por isto estão com sua atenção dividida entre a esperança e as más notícias.


Dentro de possíveis estratégias de engajamento deste público, como por exemplo produtos com refis automáticos que promovem a sustentabilidade e refletem numa economia monetária e de matéria prima, o consumidor é afastado de um cenário negativo e inserido num contexto inspiracional, e trazer isso para as marcas através de influenciadores digitais com foco em DIY (do it yourself, faça você mesmo) abordando assuntos tangíveis à reciclagem e consumo consciente é uma forma de engajar o nicho dos Antecipadores assertivamente. Ao fomentar esse tipo de estratégia, é importante ressaltar também o poder da pré-venda e serviços de assinaturas que promovem uma economia facilitada e entrega garantida dos produtos ou serviços adquiridos.

 

Quando falamos sobre os consumidores denominados Novos Românticos, pensamos naqueles que valorizam relações mais estreitas com as marcas, que são proativos e produtivos em excesso dentro de um contexto pandêmico atual. Coletivos com comunicação contemporânea e novos rituais de autocuidado físico e mental são temas de interesse deste nicho, visto que é um público que busca novos modelos de execução e experiências. Isso expande os mercados do Metaverso, que vem sendo a aposta de marcas dispostas a engajar seus consumidores através de experiências diferenciadas, como por exemplo a Balenciaga.

 

Entender cada um desses pontos é essencial para traçar as estratégias de influência das marcas dentro do mercado, e assim posicioná-las com foco em entregas segmentadas que atendam cada um desses nichos de consumidores. A influência digital que traduz com exatidão como cada consumidor se porta na realidade atual é aquela que retrata em uma ferramenta o “consumentretenimento”, que te entretém ao mesmo tempo que entrega aquilo que se propõe a vender. O impacto disto no mercado foi o grande crescimento dos livestreamings com foco em e-commerce, e como a partir deste boom se tornaram potenciais canais de venda.

 

Com um estudo aprofundado nestas novas tendências promovidas pelos novos comportamentos sociais, mapeamos o que é capaz de atender às expectativas dos Consumidores do Futuro e com o poder da influência e do digital unimos o que engaja e transforma com o propósito de evoluir e otimizar marcas, produtos e serviços.

Postado em 27/05/2021, por Yasmin Martinez